Ou vocês pensam que nestes quase onze meses de isolamento eu realmente me preocupei com as tendências da moda? Afinal, para que saber dos lançamentos? Para cozinhar? Limpar a casa? Brincar com o cachorro? Ou, quem sabe, para maratonar aquela série adocicada da Netflix?
Não, meus amigos. O que eu mais sonhei foi encontrar peças de roupas super confortáveis e aconchegantes, bonitinhas também, para me instalar no sofá e curtir boa leitura, música suave e um cineminha, sempre nos finais de tarde, ao lado de bolo e cappuccino. E se houver jogo de futebol interessante, muita pipoca e cerveja gelada.
Foi então que redescobri a calça Jogger, a quem não dava importância nehuma. Aliás, nem tinha uma no guarda-roupa. Feita a descoberta, e depois de muito bem pensar, e aprovar, corri para a Internet e já pedi logo três peças, em três cores diferentes, com e sem bolsos, para me aconchegar "ao lar". Maior felicidade quando elas chegaram. Amados, experimentei todas, brinquei, dancei com todas, e fiz uns poucos exercícios. Não me lembro mas........acho que até adormeci com uma delas, a amarelinha. Bem gostosa!
Se alguma de vocês estiver perguntando o que é uma Jogger, vou responder: esse modelo de calça, com punho nas barras, saiu direto do mundo dos esportes para o universo street, onde ganhou vários novos detalhes e tons diferenciados. O modelo é quase sempre o mesmo: mais larguinha na parte de cima, com um elástico na cintura e mais apertada no tornozelo. Geralmente, ela é usada com sapatilhas, rasteirinhas, e até sandálias de salto alto. Os mais jovens adoram. Eu também.
Até fiquei sabendo que as apostas da vez flertam com tecidos nobres, além do básico moletom. Por exemplo, em um jantar ou balada mais sofisticada, o modelo de sarja, ou cetim, oferece atitude e ousadia em looks jovens e despretensiosos. Uma peça preta sempre confere requinte, principalmente se combinada a blusas ou camisas descoladas. Mas vamos deixar estas opções para depois do Covid 19, concordam?
Por enquanto, vamos investir sem medo nas mais básicas, em tecidos leves, poucos detalhes, e tons neutros. Eu gosto com bolsos. E vocês? Acreditem quando digo: qualquer pessoa pode usar a Jogger, desde que goste e se encaixe em seu estilo. Inclusive quem tem quadril largo. Para essas mulheres, aconselho modelos de cintura alta e um corte mais reto.
Lembro que, num passado remoto, quando escrevia sobre moda e comportamento no TodaModa do Shopping News, e em várias revistas da capital, costumava brincar que esse modelo parecia uma releitura, com design casual, de uma calça de pijama. E que jamais usaria. Pois é. Quem me dera, agora, poder sair por aí com uma Jogger fofíssima e confortável. Tomar um café com os amigos. Jantar fora com a família. Visitar as amigas em São Paulo. Ir ao teatro, ao cinema, ao show...
Só que, por enquanto, é esperar que a vacinação em massa realmente aconteça em nosso país e nos liberte para viver com liberdade, quase como antigamente. Enquanto isso, vamos ao menos viver confortavelmente com nossa calça Jogger e, quando muito, dar aquela saidinha básica apenas se for necessário, como ir ao supermercado, à farmacia, à padaria...O resto fazemos depois.
Vacina já!
Lia Estevão