quinta-feira, 27 de abril de 2023

Presente e passado barram um futuro de vivências

Não fui ao tão esperado (ao menos para mim) show dos meninos do Il Volo, dias 8 e 9 de março, em São Paulo. Uma questão de logística, creio eu. Afinal, não consegui solucionar as várias etapas necessárias para assistir ao espetáculo como, por exemplo, sair de São Carlos no interior paulista e ir para São Paulo, capital,  num percurso de 230 km, depois a nova locomoção para o local do evento e, findo o show, retornar para casa, em plena madrugada, ou, então, passar a noite num hotel. Detalhe importantíssimo: sozinha.

Hoje, mais calma e lúcida, sem o frenesi causado pela proximidade dos italianos Piero, Ignazio e Gianluca, penso que poderia superar todos os obstáculos, se coragem não me faltasse. 

É evidente minha falta de esforço e determinação para sair da zona de conforto e me aventurar na busca do que só traria excessos, de alegria, e de muita felicidade. O desafio era para ser aceito, pois a liberdade atual que possuo não aceita restrições. Entretanto, mais uma vez, recuei, permanecendo confortavelmente "grudada" ao sofa de casa, assistindo vídeos e entrevistas do trio pelo You Tube e... lamentando a sorte.

Não vou fazer uma análise simplista e nem falar a vocês que ficou tudo bem. Nada disso. Acredito ser mais honesto dizer que nada ficou bem, pois tal comportamento acovardado me remeteu a um passado de renúncias, desistências (não cabe aqui dizer os porquês desse comportamento) que, infelizmente, acabaram moldando uma falsa personalidade, mais introvertida e até um pouco triste. Falsa porque amo tudo o que deixei e deixo de fazer, a extroversão e o bom humor. 

No caso atual, a viagem que não fiz, os sorrisos que não dei, o encantamento de um musical apaixonante que não assisti, as vozes excepcionais que não ouvi, e os cantores que só me transmitem felicidade, alegria, diversão, mas que não presenciei... Mais uma vez: como vivenciar uma vida que não tive? Passado e presente ainda se fundem, infelizmente.

O medo de ousar, de enfrentar o desconhecido, de se jogar no mundo, sempre nos encaminha para o vazio, e nos envolve com o nada.

O simples fato de existir não leva ninguém a lugar nenhum.