Pensem, meus amigos: um dia você acorda e, como sempre, vai brincar e tomar o café da manhã com sua filhota de 4 patas. Percebe, então, que algo está diferente. Ela não corre ao seu encontro, permanece imóvel na caminha, com o olhar perdido, e sem nenhuma emoção, nenhuma alegria, Nada.
O desespero toma conta. As lágrimas não param. Sozinha, em quarentena, nunca me senti tão impotente, mal sabendo o que fazer e a quem procurar. Um sufoco! Coloco a Lana em pé e percebo sua total desorientação: bate nos móveis, enrosca nas cadeiras, desconhece a casa em que vive há quase dezesseis anos e, pior dos piores, não me reconhece.
O primeiro telefonema, como sempre em situações limite, foi para minha irmã Isa e meu cunhado Fábio. E as primeiras palavras cheias de angústia: "Socorro, Beth, a Lana está morrendo". Vocês conseguem sentir o que foi aquela manhã?
A partir daí, com a COVID 19 tentando me pegar de surpresa, foram idas diárias ao veterinário (Leandro e Luan), exames de sangue, ultrassom, injeções...e nada do meu bebê melhorar. Pelos sintomas, achei que só podia ser um AVC (minha mãe teve quatro, portanto estava bem familiarizada com os sintomas). Eles eram iguais na Lana. Então, vieram também as lembranças de mãe Lourdes, a dor de cada piora, a saudade.
Foram dias difíceis. Ela não sabia mais como comer, beber, e até andar. Dias sem alimentação. Como aceitar? Mesmo com toda a família, e os veterinários, dizendo que ela estava muito velhinha, que a vida é assim, que todo ser vivo um dia morre, e outras frases feitas. Não consolam.
Eu não dava sossego aos veterinários. Ligava, mandava mensagens, chorava por qualquer motivo. E eles diziam: também pode ser que ela esteja com a Síndrome de Disfunção Cognitiva. Outro diagnóstico gravíssimo. Eu, impotente, só podia dar a ela todo meu carinho. Todos os cuidados possíveis. E pesquisar no Google respostas para cada um dos sintomas da Lana.
Ao mesmo tempo, havia o medo e a preocupação pelo avanço terrível do novo coronavírus em São Paulo, no Brasil. Até hoje, 25 de abril, já são 52.995 de casos confirmados no país e 3.670 mortes. Onde chegaremos?
De repente, na segunda-feita passada, acreditem amigos, aconteceu o que chamo de milagre. Após algumas gotas de Gardenal, de muitas injeções para todas as infecções possíveis, e sem muita esperança de melhoras, minha linda simplesmente acordou, reconheceu a casa, deixou de olhar para o vazio e também me reconheceu, ao pedir o aconchego de sempre. Depois comeu e bebeu. Ainda com colher, sim. Ainda dependente, sim. Mas não importa. Ela tinha voltado. E isso faz quase uma semana. Uma semana incrível.
Não tenho palavras para expressar a leveza que carrego na alma. A alegria. Isolamento? Quarentena? Pessoal, nada se compara ao sofrimento de ver a vida, e a consciência, levando para sempre alguém muito amado.
Fiquem em casa. Cuidem-se.
A partir daí, com a COVID 19 tentando me pegar de surpresa, foram idas diárias ao veterinário (Leandro e Luan), exames de sangue, ultrassom, injeções...e nada do meu bebê melhorar. Pelos sintomas, achei que só podia ser um AVC (minha mãe teve quatro, portanto estava bem familiarizada com os sintomas). Eles eram iguais na Lana. Então, vieram também as lembranças de mãe Lourdes, a dor de cada piora, a saudade.
Foram dias difíceis. Ela não sabia mais como comer, beber, e até andar. Dias sem alimentação. Como aceitar? Mesmo com toda a família, e os veterinários, dizendo que ela estava muito velhinha, que a vida é assim, que todo ser vivo um dia morre, e outras frases feitas. Não consolam.
Eu não dava sossego aos veterinários. Ligava, mandava mensagens, chorava por qualquer motivo. E eles diziam: também pode ser que ela esteja com a Síndrome de Disfunção Cognitiva. Outro diagnóstico gravíssimo. Eu, impotente, só podia dar a ela todo meu carinho. Todos os cuidados possíveis. E pesquisar no Google respostas para cada um dos sintomas da Lana.
Ao mesmo tempo, havia o medo e a preocupação pelo avanço terrível do novo coronavírus em São Paulo, no Brasil. Até hoje, 25 de abril, já são 52.995 de casos confirmados no país e 3.670 mortes. Onde chegaremos?
De repente, na segunda-feita passada, acreditem amigos, aconteceu o que chamo de milagre. Após algumas gotas de Gardenal, de muitas injeções para todas as infecções possíveis, e sem muita esperança de melhoras, minha linda simplesmente acordou, reconheceu a casa, deixou de olhar para o vazio e também me reconheceu, ao pedir o aconchego de sempre. Depois comeu e bebeu. Ainda com colher, sim. Ainda dependente, sim. Mas não importa. Ela tinha voltado. E isso faz quase uma semana. Uma semana incrível.
Não tenho palavras para expressar a leveza que carrego na alma. A alegria. Isolamento? Quarentena? Pessoal, nada se compara ao sofrimento de ver a vida, e a consciência, levando para sempre alguém muito amado.
Fiquem em casa. Cuidem-se.