sexta-feira, 15 de abril de 2011

Gustavo Rodrigues, Grupo Conversa de Botequim

Por Lia Estevão

Alto, corpo atlético, cabelos e olhos escuros, quase sempre de jeans, camiseta branca, e tênis. O visual do cantor e percussionista Gustavo Rodrigues, integrante do grupo Conversa de Botequim, mesmo despojado dos luxos e das pequenas extravagâncias (tão comuns no meio musical), não deixa dúvidas: ele sabe quem realmente é, e aonde quer chegar. Tem atitude, o que torna esse seu estilo bem comportado, tipo mocinho de seriado americano, simplesmente irresistível. 

Na verdade, quem encontra Gustavo pelas ruas vai logo imaginando tratar-se de alguma celebridade, instantânea ou não. Mas...nada disso. Esse moço aparentemente tranquilo, fala suave, e olhar observador, é "apenas" um profundo estudioso de música popular brasileira, e completamente apaixonado por samba e choro.

Uma paixão que até justifica seu look preferido: chapéu de palha, camisa listrada, sapato bicolor, bem ao estilo dos sambistas tradicionais. Mas, fora essa pequena irreverência, o que ele curte mesmo é sentir-se confortável com as roupas que usa, e fica longe das tendencias da moda. "Sou uma pessoa simples, sem maiores vaidades", faz questão de ressaltar, timidamente. "Uma pessoa que ama a família acima de tudo". 

Avesso às baladas, Gustavo confessa que passa todos os seus momentos de lazer na companhia da família, principalmente das sobrinhas, ou lendo um bom livro. "A música me completa", diz. Atualmente, é fácil "esbarrar" com o cantor e pandeirista se apresentando nos muitos barzinhos da cidade. Ao lado dos amigos Cléber Rangel (violão, bandolim, e vocais), e Elói Brito (bandolim de 10 cordas e cavaquinho), forma o Conversa de Botequim, grupo com o qual se sente à vontade para criar, e produzir, vários projetos musicais. Dos mais recentes, destaque para o "Conversa de Botequim conta a história do samba", sucesso no São Carlos Clube e no SESC de Ribeirão Preto, e para o "Cinco Grandes do Samba", que praticamente lotou o teatro Municipal de São Carlos, em 2009.

Jogo Rápido

Gustavo: músico 24 horas por dia
Atividade: cantor de grupos de samba e chorinho
Objetivo: evoluir pessoal e profissionalmente
Vida: procura simplificar ao máximo
Técnica ou paixão: 100% paixão
Moda: básica e com qualidade
Detesta: roupas estampadas, coloridas, e calças amplas
Cores preferidas: branco, preto, e vermelho
Estilo: o meu
Look preferido: o visual malandro que faço nos shows
O que mais irrita: falsidade
O que sempre faz sorrir: as sobrinhas
Maior medo: instabilidade financeira
Maior certeza: estar na profissao que amo
Mania: roer as unhas
Prato preferido: bife a parmegiana
Na geladeira: cerveja, vinho e queijos nunca faltam
Musica: minha vida

terça-feira, 12 de abril de 2011

Wagner Augusto Muccillo, Banda Doce Veneno

               Por Lia Estevão
                                    Sérgio       Wagner       Mak          Neto         Claudinho

Desde 1981 quando a banda TWNYP, formada nos anos 70 pelo pai e maestro Paris Muccillo, passou a chamar-se Doce Veneno, os dias de Wagner Augusto Muccillo (diretor musical e maestro da Doce Veneno) são totalmente dedicados à música. Resultado: hoje é reconhecido como um dos melhores e mais atualizado músico da região. Mas ele não impressiona apenas por ser excelente profissional. A simplicidade, a gentileza, e certa timidez, dão um charme todo especial a este paulista de Ribeirão Bonito que escolheu São Carlos para morar, e que diz levar uma vida comum. O que não é lá bem uma verdade...

Wagner tem por hábito dormir pelas oito da manhã, e acordar sempre depois das duas da tarde, para aquele café reforçado. Aliás, café é seu maior vício. O que torna fácil conquistar sua amizade e atenção: basta oferecer a ele vários cafezinhos, caseiros e saborosos, que a conversa flui. E como é rara a noite em que o cansaço vence e ele adormece antes do amanhecer, talvez o café também ajude a explicar tanta energia e disposição. Afinal, mesmo nos dias de shows que terminam alta madrugada, ele prefere ir para o estúdio que montou em casa, o seu "quartinho", e dedicar-se a compor, atualizar arranjos e escolher novas músicas para a banda, a dormir algumas horas a mais. Escrever poemas noite adentro e se deixar envolver pela música pode, sim, traduzir uma personalidade romântica e até solitária. "Ele, um romântico?", questionam os amigos. "Pode ser... mas solitário? Jamais!". A verdade é que ele adora receber amigos, que não são poucos, falar pelos cotovelos, e gesticular muitíssimo. É quando o olhar, de um verde muito claro, reflete toda sua paixão pela vida, pela música, e pelas pessoas.

Multi-instrumentista, de formação erudita, Wagner toca desde os quatro anos por influência do pai, catedrático da Orquestra do Conservatório Caserno de Mont Serrat, Milão. Ele conta que a intenção do pai nunca foi transformar os filhos em músicos profissionais. "Ele nos preparou para vencermos como pessoas comuns", diz com um largo sorriso. Tanto foi assim que nem ele, nem o irmão Neto Muccillo, saxofonista dos melhores, se consideram artistas. Ao contrário. "Levamos uma vida tranquila, bem família mesmo".

Seu trabalho mais recente, a direção musical do espetáculo "Viva Dalva", rendeu além de generosos aplausos, muitos elogios. "O wagner é excelente músico, um profissional talentoso e dedicado", comenta Fátima Camargo, do Projeto Contribuinte da Cultura, que idealizou o evento. "É uma honra trabalhar ao seu lado", ressalta Vilma Fagiolli, cantora paulistana que interpretou Dalva de Oliveira.

Quando o assunto é a banda Doce Veneno, Wagner esquece uma assumida timidez e fala da excepcional musicabilidade do grupo. "Somos todos excelente músicos", comenta, sério. "Por isso, nossa carreira é longa e vitoriosa, e nosso público fiel". Hoje, enquanto a maioria das bandas prioriza o visual e o "show" nas apresentações, a Doce Veneno prefere destacar-se pela qualidade musical. "Queremos passar emoção ao tocar, e sempre estabelecer uma aproximação mais afetiva com o público", resume. No palco, o clima é de cumplicidade e harmonia. Na platéia, de muita alegria e descontração. Na verdade, o que eles querem (Neto, Sérgio, Claudinho e Mak) é fazer a platéia feliz, ao som da Doce Veneno.

Já deu para perceber que Wagner é movido a paixões, e que a maior delas é a música. Nos shows, ele é só energia. Nesses momentos, esquece o mundo fora do palco, as dificuldades do cotidiano, o stress. E as fãs? "Ah... eu não tenho", fala bastante sério. "Nós deixamos todas para o Neto, que é o galã do grupo", completa, passando os dedos entre os cabelos cacheados.

Mas será que alguém resiste ao seu sorriso aberto, espontâneo? Ou ao charme de bom moço e jeito tímido de ser? Duvido. Porque sempre é fácil encontrar, junto ao palco, mulheres de todas as idades ansiosas por um olhar e... principalmente por receber um sorriso seu. Encantador!



Ariane Zanon, apresentadora da TVE

Por Lia Estevão



Não há como negar: o mundo das artes conquistou definitivamente a são-carlense Ariane Zanon. Tanto que felicidade, para ela, é poder dançar, cantar e representar durante as 24 horas do dia.

Hoje, aos 33 anos, orgulha-se de pertencer à Cia. de Teatro Musica de São Carlos e, também, de apresentar o "Giro Cultural" na TVE. Conquistas nada fáceis, ela admite, "mas extremamente gratificantes". Eleita membro titular do Conselho Municipal de Cultura, em 2005, para representar a área de tetaro, permanece no cargo até hoje.

Confessa que gosta de moda, mesmo sem seguir as tendências de cada temporada. Na verdade, ela sempre veste o que tem vontade e, principalmente, o que a deixa confortável. "Sou mais viciada em trabalho do que no visual", diz Ariane.



Jogo Rápido: Ariane e a moda


Guarda-roupa enxuto ou abarrotado?
Abarrotado
Como define seu estilo?
Próprio. Uso roupas com as quais me sinto bem
Peças que levantam o astral?
Shorts e minissaia
O que você usa e não está nem aí com a galera?
Shorts. Adorooooooooooooooooo
O que não entra em seu guarda-roupa?
Saia rodada. Já pensou? Com a altura que tenho e uma sainha bem rodada?...hehehe
O que veste para se sentir atraente?
A felicidade. Gente! Como ela embeleza!!!!!!!
Visual básico para o dia-a-dia?
Calça jeans e camiseta
Peça campeã de uso?
Legging
Acessórios fundamentais?
Brincos e anéis
Você adora comprar?
Maquiagem
Tem mania de...
Brilho
O que você não vende, não troca, não empresta?
Minhas pulseiras de cristal
O que tem em seu necessaire?
Batom, colírio, escova de dentes, espelho...e por aí vai
Última coisa que comprou?
Pó compacto
Em que não economiza?
Chocolates
Uma mulher estilosa?
Catherine Zeta-Jones
Um exemplo de mau gosto?
Wanessa Camargo
Algum medo?
De sofrer
Uma frase que, de alguma forma, traduza sua vida?
É melhor ser feliz do que ter razão



sábado, 9 de abril de 2011

André de Souza, Banda Mandinga


Por Lia Estevão


Nem o forte calor atrasou o músico André de Souza para a entrevista, solicitada às pressas. Vinte e nove de novembro, dez da manhã. Em pé, bem na minha frente, sorri, diz "oi", e entra tranquilamente. Como se me conhecesse há muitos anos. De shorts e camiseta, despojado de luxos materiais, pontualíssimo... a primeira impressão é de estar diante de uma personalidade incomum. O que se comprova ao longo da conversa. Ele tem um coração de poeta, doce e romântico, que caminha sem medo junto aos pensamentos mais racionais de sua mente, pensamentos estes bem mais coerentes ao perfil de um engenheiro, como ele. Só que esse engenheiro disse não à profissão e ao status conferido por ela. Por amor à música.

Entre respostas geralmente bem humoradas, percebe-se que os caminhos anteriormente percorridos tiveram muitos questionamentos. Certezas? Pouquíssimas. O que raramente afeta sua tranquilidade. Percebe-se, enfim, que André é totalmente apaixonado por seus trabalhos, mas sempre mantendo os pés no chão. Forte e frágil. Rude e doce. Músico e cantor. E também o vocalista principal da banda Mandinga, com muito orgulho.


INFÂNCIA
Nasci em São Simão, e tive uma infância normal, brincando feliz em ruas sossegadas. Na verdade, cresci sem perceber que o mundo se divide entre o bem e o mal, e que a violência faz parte do cotidiano. Aos 10 anos já cantava no coral da igreja, ao lado de minha mãe. A decisão de viver apenas de música veio bem mais tarde, durante o curso de Engenharia, na UFSCar. Não me arrependo.

MODA
Gosto de moda, mas não sou um "expert" nesse assunto. Sei apreciar o que é belo. Meu estilo é bastante abrangente, pois ele depende da ocasião. Entretanto, gosto mesmo é de roupas despojadas, que me deixem à vontade para executar todos os movimentos do corpo. Nem sei quantas camisetas tenho.

AMIZADE
Amizade é quando a gente quer fazer qualquer coisa para deixar o outro feliz. É vontade de confortar em momentos difíceis. De conversar a qualquer hora, sobre qualquer coisa. De abraçar forte. Amizade é simplesmente a vontade de querer ser parte da vida do outro. É isso.

PERSONALIDADE
Confesso que sou um cara chato. Perco fácil a paciência com pessoas irresponsáveis que, por exemplo, não cumprem prazos e horários. Mas... jamais faço cobranças, assim como evito fazer concessões. Se a pessoa não corresponde às minhas expectativas, cordialmente peço que se afaste de meu convívio profissional. Pessoalmente, me considero generoso e afetivo.

DEUS
Sim, eu acredito em Deus. Mas não esse que a Bíblia de várias religiões retrata. Acredito na bondade, generosidade, boa vontade. Meus Deus é traduzido pela palavra respeito, em todos os níveis. Ele está em quem sabe respeitar o próximo, e eu tento estar com ele o máximo possível. Sou uma pessoa religiosa, sim, ao meu modo.

LAZER
Gosto de muitas coisas. Por exemplo, tudo o que se relaciona a arte, e esporte, me seduz. Adoro viajar. E nada me dá maior prazer do que passar um final de semana na fazenda, cercado de pessoas queridas e com boa comida. Quer algo melhor do que tomar banho de cachoeira, andar a cavalo, jogar tênis e conversar?

MANDINGA
A banda Mandinga tem 15 anos de estrada. Atualmente é formada por André de Souza, voz e violão; César Bottinha, guitarra; Emílio Martins, bateria e percussão; e Ricardo Finazzi, contrabaixo.