quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Amor a primeira leitura: Rubem Alves e seu convite a prosear

Ontem, com Sarah, Mariângela e Ana, amigas especiais do Colégio Estadual de São Paulo que, mesmo passados muitos, muitos anos, permanecem essenciais em minha vida, decidimos ler alguns contos do escritor, psicanalista e teólogo Rubem Alves. Não o conhecia. Mas, pensei, só a presença dessas pessoas queridas, mesmo on-line, por uma ou mais horas, compensa até leituras menos densas do que as habituais.

E qual não foi a surpresa ao me deparar com um escritor notável, apaixonante, de textos filosóficos com uma leveza extraordinária, textos que desvendam a alma humana com a sabedoria de quem tudo viveu intensamente, e sempre com amor e sabedoria. Suas crônicas, envolventes, nos fazem pensar, refletir, e entender  a importância da fantástica aventura que é viver o aqui e agora. Elas nascem no coração. Rubem, com seu jeito original e simples de contar histórias sobre a realidade da vida da gente, nos faz ver coisas que não vemos, mas que sempre estiveram conosco.  

Como foi amor o que senti logo nas primeiras frases, eis-me aqui comentando e sugerindo a vocês a leitura de seus livros, que abordam assuntos variadíssimos. As três primeiras crônicas do livro "Se eu pudesse viver minha vida novamente", lidas por nós com muito entusiasmo, são definitivamente encantadoras. Sua linguagem, marcada pela inteligência e a sensibilidade, nos revela que todos os momentos da existência valem a pena e que podem sempre ficar poetizados, mais bonitos, mesmo aqueles de profunda tristeza e dor. Rubem Alves emociona a cada reflexão, e nos faz repensar a vida sem stress e com o coração. Psicanalista, também escrevia sobre comportamento e psicologia nos grandes jornais do país. Dizia "A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente". 

"Toda alma é uma música que se toca. Quis muito ser pianista. Fracassei. Não tinha talento. Mas descobri que posso fazer música com palavras. Assim, toco a minha música... Outras pessoas, ouvindo a minha música, podem sentir sua carne reverberando como um instrumento musical. Quando isso acontece, sei que não estou só. Se alguém, lendo o que escrevo, sente um movimento na alma, é porque somos iguais. A poesia revela a comunhão" 

Rubem Alves (1933 - 2014)






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