quinta-feira, 20 de julho de 2023

Um conto, um roteiro, um curta-metragem

Acordei, não faz muito tempo, com um desejo incontrolável de produzir um curta-metragem. Pode até parecer um sonho maluco para muitos, mas não para mim. Há anos frequento cursos e oficinas de fotografia e cinema, aprendendo o básico e um pouco mais dessas áreas fascinantes. Entretanto, produzir um filme, mesmo utilizando apenas o celular, até aquele amanhecer não constava da lista "ainda quero fazer".  

Depois de muita reflexão, vibrei com a possibilidade de criar, produzir, filmar e editar um curta-metragem com os conhecimentos e a supervisão da jovem professora Iasha, do Cemac, também apaixonada por artes e uma estudiosa do universo cinematográfico. 

De imediato, acreditei que transformar contos em roteiros de cinema era o melhor caminho a seguir. O mais fácil. Queria que ele fosse curto, com poucos personagens, e intrigante, para usar as técnicas aprendida. Só que ainda precisava superar o entrave mais importante: encontrar as pessoas certas para  se unirem a mim com o mesmo objetivo. 
Entre meus conhecidos do Cemac, a falta de tempo, de conhecimento, de verdadeiro amor à arte e até mesmo de uma amizade mais profunda entre nós se mostravam como gigantesca dificuldade. Até onde se comprometeriam com o projeto? Além da Iasha, José Carlos Rothen e Diogo, também apaixonados pela sétima arte e suas possibilidades, e com mais equipamentos e experiência, abraçaram a idéia. Nos entrosamos perfeitamente.  

Curioso como a falta de um grupo, uma equipe, sempre me acompanhou em trabalhos profissionais. O exemplo mais próximo aconteceu na época em que produzia o São Carlos Moda Show, desfiles de moda com as principais lojas da cidade. Amava esse trabalho. Eram shows belíssimos, com a participação incrível da Banda Doce Veneno, sempre com idéias novas abordando o social, e com uma média de 700 pessoas em cada uma das três edições realizadas. Um sucesso! No entanto, por falta de uma equipe comprometida e apaixonada pelo mundo da moda, o projeto terminou, assim como a revista de entretenimento que o acompoanhava.


Resumindo, comecei a analisar vários contos e a mostrar a eles. Há pouco tempo, ao ler o conto "Continuidade dos Parques", de Julio Cortázar, me apaixonei. De difícil compreensão numa primeira leitura, é um texto intrigante, envolvente, onde a fronteira entre ficção e realidade se dissolve, criando um universo surreal. 

Mostrei o texto para o Zé Carlos, o Diogo e a Iasha e não houve dúvidas: já estamos elaborando o roteiro e em breve iremos filmar a historia. Sem pressa e sem desistências. 

A literatura é maravilhosa! Ela nos presenteia com maravilhas inimagináveis e nós estamos extremamente animados para traduzir "Continuidade dos Parques" em imagens e sons.



Lia Estevão - Jornalista 

Produtora de Fotolivros



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