Como disse outro dia, eu amo me encantar com trabalhos, coisas e, principalmente, com pessoas. Infelizmente, não é o que anda acontecendo comigo e nem com muita gente que conheço. O ar anda carregado de sentimentos negativos... O desencanto impera!
Vivemos em uma era de profundas transformações tecnológicas, sociais e culturais, onde o progresso parece ser uma constante. No entanto, esse avanço não vem sem um custo emocional. Muitas pessoas sentem um desencanto crescente com o mundo ao seu redor, resultado de diversas pressões e de muitas desilusões.
A globalização e a hiperconectividade, enquanto nos aproximam virtualmente, muitas vezes nos afastam emocionalmente. A ilusão de felicidade perpetuada nas redes sociais pode gerar sentimentos de inadequação e solidão. A constante exposição a notícias negativas, crises econômicas, ambientais e sociais aumenta a sensação de incerteza e impotência.
Além disso, o ritmo acelerado da vida moderna contribui para o esgotamento mental. A busca incessante por sucesso e reconhecimento muitas vezes deixa pouco espaço para momentos de introspecção e descanso. Essa corrida sem fim pode gerar um vazio existencial, onde a felicidade parece sempre fora de alcance.
Nesse cenário, o desencanto não é apenas um sentimento isolado, mas um reflexo de uma sociedade que precisa reavaliar seus valores e prioridades. É um chamado para que busquemos formas mais autênticas e significativas de nos conectarmos com nós mesmos e com os outros, cultivando a empatia, a gratidão e a resiliência.
Quando nos permitimos mergulhar na admiração por trabalhos, coisas e, especialmente, pessoas, abrimos as portas para uma vida mais rica e vibrante. Esse estado de encantamento libera nosso potencial criativo e nos conecta a uma fonte de energia que transcende nossas limitações cotidianas. Sentimos uma liberdade de espírito que nos impulsiona a realizar sonhos e a explorar novas possibilidades. Somos felizes, capazes de tudo, quando ainda conseguimos nos encantar pelo que nos rodeia.
Todavia, parece que o desencanto só espera o momento ideal para nos envolver em seu vazio existencial.
Lia Estvão
Jornalista - Publicitária
Produtora de Fotolivros
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