quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Até parece que que tudo voltou ao normal...parece.

Praias de São Paulo

Desculpem-me, mas não vou fazer como muita gente por aí e dizer  que a pandemia acabou, que o tal coronavírus (não letal e fraquinho) já foi vencido, e que tanta tragédia era apenas uma forçada de barra dos jornalistas, principalmente os da rede Globo e do Estadão.

Também não vou fingir que nada disso é comigo, e muito menos levar minha vidinha de sempre, mesmo invejando quem está se divertindo a valer nas praias e nos botecos da vida. Isso posto, nosso assunto continua o mesmo: a tragédia do Covid 19, que nos inferniza dia aós dia. Um vírus que, em seis meses, matou mais de 123 mil brasileiros e contabilizou mais de quatro milhões de diagnósticos positivos. Apenas no Brasil.

E por que ainda falo de tudo isso?
Simplesmente porque não canso de ficar indignada e cheia de revolta com o comportamento quase infantil, egocêntrico e individualista da maioria dos cidadãos adultos deste país. Afinal, meus amigos, qual a razão de tanto descaso para com nossos mortos e doentes? Para com nossos semelhantes? Ignorância? Militância?  

Será a mesma razão que nos faz “dar de ombros” para os muitos casos de corrupção que, diariamente, os jornalistas nos mostram? Garanto a vocês que nunca é simples responder as questões básicas do jornalismo (“quem”, “o quê”, “onde”, “quando” e “por que”) para veicular uma noticia/matéria nos veículos de comunicação. 
Dá trabalho. Necessita horas de pesquisa. Muitas entrevistas. Pouco sono. E depois de toda essa labuta, para tirar a população das trevas, ainda ter de ouvir que os jornalistas são dispensáveis, manipulados, parciais, péssimos profissionais, etc...etc...etc... Tenham paciência!!!

Praias do Rio de Janeiro 
Voltemos ao novo coronavírus. No final de semana passado, de muito sol e calor, por exemplo, o descaso do pessoal com a pandemia foi de nos deixar abestalhados, perplexos.  Milhares de pessoas descomprometidas com o sofrimento alheio e com a profundidade do buraco em que o Brasil se encontra, surgem todas "esplendorosas", aglomeradinhas, e curtindo muito nas praias, nas ruas, nos bares, nas baladas. 

Elas não demonstram, do alto de sua sabedoria, preocupação alguma com esta pandemia que mata, em média, mil pessoas por dia no país. E sem máscaras, ainda o único "obstáculo" para evitar a aceleração do contágio. Tem mais, no dia seguinte, negam a veracidade das fotos publicadas nos jornais. É “fake”, são antigas, dizem esbravejando. Ora, ora... se fossem fotos e informações para confirmar suas idéias negacionistas, tudo bem, não é? 


Vocês sabem o que vejo nas praias? E nas demais aglomerações? Vejo bilhões... trilhões de bolinhas pinks, cheias de espinhos, só esperando o momento de encontrar mais um hospedeiro, de preferência um daqueles que terão sintomas, e mandá-lo para um leito de UTI. Se tiver algum disponível, claro.  

 

Quatro milhões de infectados até este momento, e mais de 123 mil mortes em nosso país.  Sem palavras.



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