terça-feira, 19 de abril de 2022

Valorização, respeito e apoio. É tudo o que nossas jogadoras precisam

 Há tempos não escrevo sobre o futebol   feminino no Brasil. Desinteresse? Jamais. Desilusão? Talvez.

 Depois da trajetória impecável,   brilhante, do Red Bull Bragantino em   2021, campeão da série A2, e com   direito ao acesso para a primeira   divisão do Brasileirão Feminino, eu tive   um período de encantamento e de muita  esperança na evolução desse esporte tão  renegado às mulheres. Verdade é que nunca se falou tanto em futebol feminino, sua evolução e crescimento. Os jogos eram lindos de ver e os estádios quase sempre cheios indicavam, finalmente, um futuro promissor nesse universo dominado por homens, preconceituoso e machista.  

O time das bragantinas, e muitos outros por todo o país, fazia grandes espetáculos, jogando um futebol técnico, vertical, ofensivo, entrosado, e que davam prazer em acompanhar. Havia público e parte da grande mídia se fazia presente. Parecia que as garotas, finalmente, tinham encontrado seu espaço para brilhar, ao lado dos homens, e mostrar ao Brasil como o futebol feminino evolue.

Mas, o papel que a nossa sociedade ainda designa para as mulheres é secundário, nunca de protagonismo. Quando o campeonato brasileiro termina, parece que tudo se "normaliza": muito preconceito, pouco reconhecimento, nenhum investimento. Até quando?

Voltemos a Bragança Paulista e ao início do Brasileirão Feminino A1, em março de 2022. Do nada, penso eu, um "apagão" tomou conta das atletas. As mesmas que deram show no ano anterior. Agora, elas parecem dominadas pelo cansaço, pela desatenção, e até pela falta de comprometimento com a equipe.  Além de uma incrível falta de sorte, ou de pontaria, ou de treinamento. Como se o encantamento por estar onde querem, e merecem, tivesse desaparecido. Então, o totalmente inesperado aconteceu: 7 jogos, 6 derrotas, 1 empate. Campanha até agora terrivel.

Não querendo justificar mas, a verdade é que as mulheres sempre tiveram que conquistar espaço em cenários dominados por homens. Difícil. E no futebol, em particular, só mostrar talento é insuficiente porque, eles continuam dizendo, "futebol é coisa para homem". Será que esse apagão pode estar ocorrendo simplesmente por falta de incentivo, e de um apoio maior, da diretoria do clube? Será que elas recebem os mesmos cuidados do time masculino? Impossível mesmo é que as meninas, como mágica, tornaram-se atletas sem técnica e descompromissadas. Garanto que não.

De acordo com pesquisa feita pela Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol, com a participação de 3.600 jogadoras, metade das atletas sequer recebe salário para jogar nos clubes. Elas conciliam o sonho de serem profissionais com outros empregos, para o próprio sustento. Claro que não é o caso do Red Bull Bragantino mas, quantas delas já não passaram por essa dificuldade até chegarem ao time de Bragança?  Realizaram um sonho e foram campeãs. Ficaram mais visíveis e  acreditaram numa nova realidade, mais promissora. Essa realidade se concretizou?

Em comparação com os homens, há extrema desigualdade em todos os setores do ambiente futebolístico: falta valorização financeira, visibilidade, reconhecimento e os investimentos e patrocinios sempre são destinados aos times masculinos. 

As mulheres ainda são vistas como um ser frágil, dependente, e são raras as oportunidades de provar o contrário, sendo lembradas não por seu desempenho mas por sua beleza e sensualidade. A mídia, por exemplo, não dá a mesma importância à atleta feminina como dá ao masculino e, quando abre uma exceção, a pauta principal geralmente é a beleza da mulher, o corpo, a sexualidade, e nunca o esporte em si. As exceções, lamento, ainda são pontuais.

Não existe valorização, respeito, apoio. Enquanto a mentalidade da sociedade não mudar, as mulheres sempre terão dificuldade em conquistar espaço, e permanecer nele. Pode estar nesse isolamento social o motivo maior do apagão bragantino.

"Não é a identidade feminina que requer reconhecimento, mas sim a condição das mulheres como parceiras plenas na interação social" (FRASER, 2000).

Abraço a todas

👍👍👍💁💁💁




Bom dia meus amigos, 

Não é de hoje que a gente sabe que uma das maneiras mais eficazes e explícitas de mostrar nossa personalidade e identidade é pelo visual. As roupas, além de nos cobrir, também mostram ao mundo quem realmente somos, principalmente quando falamos no uso de camisetas femininas. Geralmente, elas falam por nós. Quem ama ler, e adora cães e gatos como eu, vai se apaixonar por esta estampa. Clic no link da minha Bio e escolha a sua estampa preferida. Encomendas por Whatsapp.

Proximo pedido: 25 de abril

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Frida Kahio: transformou sua dor em obras incríveis

Frida Kahlo (1907-1954) foi uma pintora mexicana, conhecida mundialmente por seus autorretratos de inspiração surrealista e também por suas fotografias.

Mas não só por isso.  Ela foi muito além. Extremamente forte, e singular, Frida se inspirou nos próprios desafios e sofrimentos, ao longo da vida, para criar suas brilhantes obras de arte. Ela adorava quebrar as regras, tanto em sua arte quanto em sua vida.

Filha de pai alemão e mãe espanhola desde pequena teve uma saúde debilitada. Com seis anos contraiu poliomielite que lhe deixou uma sequela no pé. Com 18 anos, sofreu um grave acidente de ônibus que a deixou um longo período no hospital. Apesar de deprimida e incapacitada de andar, Frida começou a pintar sua imagem com um espelho pendurado na sua frente e um cavalete adaptado para que pudesse pintar deitada. E sempre dizia: "Nunca pintei sonhos e sim minha própria realidade”.

Inspirada pela cultura popular do México, empregou um estilo de 
arte popular naïf para explorar questões de identidade, pós-colonialismogéneroclasse, e raça na sociedade mexicana. Os interesses de Kahlo na política e na arte levaram-na a aderir ao Partido Comunista Mexicano em 1927, onde conheceu o seu colega artista mexicano Diego Rivera. Casaram em 1929.

O trabalho de Kahlo como artista permaneceu relativamente desconhecido até finais dos anos 70, quando foi redescoberto por historiadores de arte e ativistas políticos. No início dos anos 90, ela tinha-se tornado não só uma figura reconhecida na história da arte, mas também considerada como um ícone para o Movimento Chicano, o movimento feminista e o movimento LGBTQ+. O trabalho de Kahlo tem sido celebrado internacionalmente como emblemático das tradições nacionais e indígenas mexicanas e por feministas. 

Frida fumava, praticava boxe, ganhava desafios de tequila contra homens e vestiu-se como um homem num retrato de família. Ela também sempre se recusou a alterar seus traços “masculinos”, incluindo o bigode exagerado. Sua monocelha se tornou icônica. Se você a viu uma vez, nunca vai confundi-la com mais ninguém.

Frida não pedia desculpas por suas escolhas sexuais, teve teve vários casos com homens e mulheres durante todo o seu casamento com Diego Rivera, um comportamento ousado para seu tempo.

Na arte, ela também se desviou da representação tradicional da beleza feminina, e optou por pintar experiências cruas e honestas que tantas mulheres enfrentam. Seu assunto incluía aborto, aborto espontâneo, parto e amamentação, entre outras coisas, muitas vezes visto como tabu e como muitas experiências femininas totalmente ignoradas. Ela transformou sua dor em paixão na tela. Embora sempre haja uma sensação de desespero e sofrimento em seus autorretratos, seu olhar permanece desafiador e feroz.

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Grande abraço a todos e, se possível, me sigam aqui e no Instagram.