Inesperadamente, surge o momento de uma drástica ruptura em nosso estilo de vida, tão duramente conquistado. Devo dizer que esse momento raramente é bem vindo, porque acontece quando ainda temos planos e sonhamos com novas realizações. Sim, amigas, esse momento é quase cruel e sempre nos pega de surpresa.
Ele ocorre quando ainda participamos ativamente de tudo o que
nos rodeia, olhamos no espelho com satisfação, estamos dispostas a incrementar
o visual com modernos cortes de cabelo e com as novidades fashion do mundo da
moda. Nossa rotina também inclui muitos eventos, shows, jantares com amigos e
baladas.
De repente, tudo acaba. Sensações de angústia e desânimo nos
dominam e nos levam a outro universo, desconhecido e assustador, real, aonde o
emprego se vai, os amigos desaparecem, e os convites não chegam. Acontece a
ruptura (entre dois mundos), o desmoronamento (de sonhos e projetos), e o
caminho à frente está envolto em sombras ameaçadoras. A aposentadoria bate na
porta e entra.
Nessa hora, mudanças significativas se fazem urgente na vida de qualquer ser humano, se ele não quiser sucumbir ao abandono pessoal, à irrelevância social, e até à invisibilidade familiar.
Para as mulheres, em particular, a nova vida pode trazer
beneficios e malefícios únicos, além de revelar a realidade do abandono. Dos
possíveis benefícios está o descanso de atividades obrigatórias, e nem sempre
agradáveis, tempo livre para familiares e hobbies. A possibilidade de
aproveitar a vida sem as obrigações profissionais traz benefícios emocionais e
físicos para uma melhor qualidade de vida. E tem as atividades voluntárias, as
aulas de dança, as viagens, e até mesmo abrir um negócio próprio. Uma liberdade
que pode ser extremamente gratificante e transformadora. Só um detalhe: você
está financeiramente preparada para tantos benefícios?
Então saiba que essa ruptura pode apresentar sérios desafios
para mulheres com dificuldades financeiras, devido à disparidade salarial de
gênero ao longo da carreira profissional, o que resulta em valores menores na
terceira idade em comparação com os homens e, conseqüentemente, numa maior
vulnerabilidade feminina. Triste, concordam?
Outro importante desafio: a falta de uma rede de apoio social sólida. No período de transição, perde-se o contato com colegas de trabalho e com amigos, que se distanciam. Pode-se (tentar) evitar o sentimento de solidão fortalecendo os laços familiares, buscar novas amizades e explorar atividades que promovam interações sociais saudáveis.
E aceitar a nova realidade, disposta a ser feliz.
Lia Estevão
Jornalista e Produtora de Fotolivros
Muito bom!!!
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