domingo, 25 de junho de 2023

Luque se foi de repente. E nos deixou aos prantos, inconformados

Luque, amado, por que você ao menos não esperou o Natal para partir? Por que não permaneceu com a gente?

Você sabia que é muito, muito feio deixar as pessoas que nos amam de forma tão inesperada e tão imbecil, e sem ao menos dar um tchau? Porra meu amigo, ainda tínhamos tantos planos para realizar juntos, e tantos anos pela frente. Mas você, simplesmente, partiu. Menino ingrato, por que deixou fazerem isso com você? Não estávamos nem um pouco preparados para sua ausência repentina.  

Veja as lágrimas que não deixam mais sua família sorrir, a tristeza e a saudade que tomou conta dos dias dela, a dolorosa perplexidade diante de sua partida. Parece que nada mais faz sentido, sabia? Despedaçados é como estamos. e aos prantos. 

Pôxa, você também nem esperou a chegada do primeiro garotinho da família. Garanto que iria amar dar lambidinhas em pés tão pequeninos. E ficar feliz por nos ver sorrindo alegremente. Os seus humanos queridos.  

Quando os dias do verão chegar - e saiba que eles serão quentíssimos - bem do jeito que você gosta para tomar sol de barriga para cima e para entrar na piscina sem pedir licença. Aliás, só pedia licença mesmo para devorar a comidinha da Lana, aos domingos, porque sempre me respeitou, ou melhor, porque respeitava a priminha idosa. Como era agradável ver como devorava os alimentos. Sempre faminto, não é? Sempre doido por petiscos.

E agora? Como serão nossos domingos? Os domingos de sua mãe? Partir desse modo tão absurdo...ninguém merece tanta dor.

Agora, na piscina - que você curtia como ninguém - quem vai nadar ao nosso lado, incansável, e sempre brincando de pegar água com a boca? Saiba, seu bobinho, que água não se pega. Mas que era divertido, isso era mesmo. Veja, amor, também não era aconselhável morder (de leve) os pézinhos das crianças que nos visitavam, porque assustava as menininhas. Elas não sabiam  o quanto você, Luque, é meigo, doce, afetuoso, carinhoso, companheiro, um amigão de verdade. Incapaz de fazer qualquer mal a alguém.  
E um apaixonado pela sua família. Nós. 

Lembra, adoradinho, que seus avós não queriam que você entrasse na casa? Bem...Um querer que sequer durou uma noite. Você não só entrava como também sentava e deitava no sofá, via televisão, e dormia num colchãozinho gostoso pertinho da cama deles.

 

Acredito mesmo que você, meu querido, era feliz. E nós também ao seu lado.

Então, porque nos deixou, se prometemos envelhecer juntos. Não teve outro jeito, não é?  Procuro entender, procuramos todos entender. Mas o sofrimento... Sua mãe está inconformada, seus avós parecem seres sem energia para os afazeres diário, suas tias só querem dormir. E eu? Sei lá

Luque, nosso menino adorado, ainda não aceitamos sua partida, de tão ilógico que foi, irracional mesmo. E pensar que agora você é uma estrelinha no céu não alivia a perda. Que estrelinha? Que céu?

Amigo querido, prefiro acreditar que agora você  é  luz, uma luz que habita os corações e as mentes desta família, uma luz que ilumina todos os nossos caminhos. 

Que tristeza, menino  lindo, que dor
Lia Estevão - Jornalista

Produtora de Fotolivros e Albuns de fotos impressas

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