sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Cadê o Natal? Já acabou?



O Natal piscou. E passou. 

Foi como aquele parente que chega, abraça, come tudo, e sai voando antes de dar tempo de contar as fofocas do ano. Acreditem, a gente ainda nem terminou de tirar as etiquetas dos presentes (o papel de presente da tia-vovó já está guardado para 2025) e já tem aquele povo guardando as árvores, desmontando bolinhas e luzinhas e caçando espaço no armário para as lembrancinhas (muitas sem utilidade) que não sabemos onde enfiar.

Os panetones e os chocotones, que são os verdadeiros reis da festa, ainda estão na metade, os restos de peru já se transformaram em sanduíches improvisados, e tudo volta ao normal. Nenhuma novidade, nenhum acréscimo afetivo nem intectual, nada. Parece que passou tão rápido que o espírito natalino ficou só de passagem no Wi-Fi. O bilhete carinhoso, pessoal e informal, deu lugar a imagens criadas pela inteligência artificial e distribuídas pelo TikTok, Facebook, Instagram, Whatsapp. Nada além de um Feliz Natal junto com os enfadonhos "Bom Dia", "Boa Tarde", BoaNoite", que martelam nossas redes sociais sem dó, nem piedade. Será que alguém ainda se emociona ao ver esses pequenos anúncios sem alma? 

Mas verdade seja dita, tudo isso é válido, desde que estejamos vivos e com saúde. As tradicionais  reuniões natalinas das famílias, por exemplo, que acontecem aqui e acolá, pelo mundo afora, mostram que ainda existe um forte elo de ligação entre avós, pais, filhos, netos, tios e sobrinhos. Agradeço mesmo por, em casa, elas ainda acontecerem. É quando tudo vira uma festa...de amor. Eu sinceramente, curto bastante tais momentos. Principalmente quando as crianças não dormem e se divertem com os novos e muitos brinquedos criativos e interativos. 

De repente, depois da entrega dos presentes amigo/oculto (que este ano a sorte não me favoreceu...), uma voz se destaca em alto e bom som: não vamos fazer a foto na árvore?  Tudo pára, todos se arrumam e flash.  A foto testemunha quem foi, quem não foi, quem sorriu, quem estava de mau humor, quem foi rapidinho embora encontrar os amigos. 

Agora, passados um ou dois dias do evento familiar, começamos a nos preparar para o Réveillon, aquele evento mais democrático onde o branco reina em belos decotes ousadíssimos (será?) e o Novo Ano chega prometendo mundos e fundos, como todo político em época de eleição. Falaremos dessa festa depois. 


Que venha 2025, com calma, por favor, para a gente conseguir viver o momento sem piscadas apressadas! Como ocorreu no Natal.


Beijos

Lia Estevão


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