Fisicamente, a coisa também não ajuda. O metabolismo desacelera como um Wi-Fi ruim, os joelhos rangem mais que porta de filme de terror, e as rugas aparecem em lugares que você nem sabia que existiam. Mas o pior mesmo é o efeito social: as pessoas começam a agir como se sua data de validade tivesse vencido. No trabalho, te olham como um enfeite de prateleira. Na família, as decisões importantes são tomadas sem nem te consultar – mas, claro, se precisar de um bolinho de aniversário ou de um presente de Natal, é você quem tem que resolver.
O que pouca gente percebe é que esse isolamento forçado não afeta só o humor – embora ele vá ladeira abaixo mais rápido que dieta em fim de semana. O cérebro também sente. Quando te empurram para o cantinho do esquecimento, o risco de depressão, ansiedade e até problemas cognitivos aumenta. Afinal, se ninguém escuta o que você diz, pra que se esforçar para dizer? O perigo é começar a acreditar que não tem mais nada de interessante a oferecer, quando, na verdade, a experiência de vida já te rendeu um acervo digno de biblioteca.
E nem vamos falar dos conselhos gratuitos e não solicitados que começam a pipocar de todo lado. "Você tem que se cuidar!", "Já pensou em pintar o cabelo?", "Não é melhor evitar roupas muito jovens?". Parece que, de uma hora para outra, o mundo inteiro virou uma tia intrometida em reunião de família. O problema é que, ao invés de incentivo, essas "dicas" só reforçam a ideia de que envelhecer é sinônimo de declínio – o que é uma grande bobagem.
O resultado? Um combo de solidão, frustração e um leve desejo de sumir no mundo com uma mochila e um bom livro. Mas calma, que nem tudo está perdido! A melhor resposta para o etarismo é provar que idade não define competência, sagacidade ou a capacidade de dar boas gargalhadas. Então bora viver – e, se for pra ser invisível, que seja para fugir de boletos e reuniões chatas!
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