Frio? Só de pensar já tremi...crônica agasalhada

 Uma onda de frio resolveu dar o ar da sua graciosa presença (nem tanto) por estas bandas. Começou lá no Sul — claro, sempre começa por lá. A novidade deu no YouTube, logo de manhã, com aquele ar grave de quem anuncia uma calamidade. Confesso, bastou ouvir a notícia pra eu correr (ok, caminhar lentamente) até o guarda-roupa. Vou ter como me esquentar?

Abri a porta do armário como quem entra num sótão empoeirado e esquecido, e onde tem um cantinho reservado só para as roupas de frio — que, aliás, nem me lembrava mais que existiam. Mas lá estavam elas: camisas de manga comprida (que adoro), blusas de lã e de algodão, coletes, casacos de todos os comprimentos, pijamas de flanela com pezinho acoplado (sim, isso existe), mantas e cobertores que poderiam aquecer um urso polar, de tão pesadas. 

O curioso é que não lembro da última vez que usei qualquer uma dessas peças. O frio, simplesmente, não tem dado as caras. Mas será que neste outono ele vai aparecer todo prosa, achando que ainda tem moral entre nós? Espero que não.

Sendo bem honesta: não gosto de frio. Não suporto. Não romantizo. Ele me derruba. Fico acabrunhada (adoro essa palavra dramática), entediada, paralisada, desmotivada e, se deixar, até debilitada e com vontade de entrar em modo avião. O corpo congela, mãos e pés viram pedras de gelo. Meu organismo entra em protesto passivo-agressivo. Por isso, hoje, meias grossas e luvas quentinhas ocupam lugar de honra na lista de presentes ideais.

 Ah, e não posso esquecer das echarpes — bem coloridas, para aquele toque de alegria invernal — que protegem e embelezam meu lindo pescocinho. Tenho uma em cada lugar: casa, carro, trabalho. Sem falar nos gorros. Uso uns bem charmosos, no estilo das mocinhas de comédias românticas da Sessão da Tarde. Tudo na tentativa de descongelar o cérebro, coitado!

Com esse arsenal têxtil-emocional, acho que consigo sobreviver aos dias gelados — se eles resolverem aparecer mesmo. Como piso aquecido ainda não faz parte da minha realidade (fica a dica), começo a montar estratégias dignas de um curso de sobrevivência no Ártico.

E não pensem que estou exagerando. O frio é traiçoeiro. Sabiam que ele ataca principalmente as extremidades e áreas salientes do corpo? Tipo mãos, pés, orelhas, nariz... E aquele famoso “tremendo de frio”? Não é charme: é o corpo tentando se aquecer com movimentos involuntários.

Os especialistas dizem que o frio é uma sensação individual. Pode até ser. Só que a minha sensação de sofrimento começa aos 22 graus. Isso é frio pra você? Pois pra mim já é inverno rigoroso.

Aliás, neste exato momento, com 23°C, estou completamente agasalhada. Da cabeça aos pés. E se cair mais um grau, vou lá no "sotão" buscar aquele pijama com pezinho. 

Isso dito, tchau para vocês. Se não congelar volto semana que vem.

Lia 




Lia Estevão - jornalista

Cria e produz fotolivros personalizados

para suas lembranças ganharem vida

em páginas impressas com qualidade

Informações por Whatsapp (16) 9.9165-4497

Nenhum comentário:

Postar um comentário