terça-feira, 31 de março de 2020

Diário de isolamento pelo novo coronavírus - 4

Minha sobrinha Luna, com a bondade dos bebês, o sorriso
dos inocentes, e a felicidade dos puros de coração
Na extensa "agenda de eventos" deste confinamento, optei por não escrever hoje.
Me encontro numa fase de irritação, fúria, e de tristeza também. Sem ânimo para textos leves e com muitos mimimis... De sem graça, basta a presença do Covid 19 em nossas vidas, nos colocando neste isolamento necessário em pról da vida. 

Entretanto, ao passar pelo Facebook e ler depoimentos "doloridos" de algumas amigas queridas, quero registrar aqui minha indignação e revolta pelo que ocorre em São Carlos (e talvez até na maioria das capitais ditas intelectuais e solidárias deste país).

Vejam bem: nunca entendi a necessidade de muitas pessoas praticarem atos repetitivos de agressão e de intimidação contra seus semelhantes. São ações que focam simplesmente humilhar e traumatizar a vítima, sem considerar os danos causados, como depressão disturbios de comportamento e até suicídio.

O que li e reli no Facebook me assustou, me horrorizou.
Dizem os especialistas que vamos "evoluir" como indivíduos após a pandemia do novo coronavírus em todo o mundo. Vamos mesmo? Honestamente, não acredito. A não ser na estatura, que cresceu 10cm nos últimos 150 anos, segundo os historiadores.

Vocês sabem qual o "bullying" do momento? Acreditem: é desrespeitar e agredir mulheres (e homens também) com mais de 60 anos que, por serem sós, e terem necessidade de alimentação ou remédio, saem  às ruas em tempos de confinamento. Absurdo!

Já imaginou se você, mulher de 60 anos ou mais, inteligente, bem informada, atraente e sensível, estiver numa esquina esperando um taxi e passa um desses jovens moderninhos e sem conteúdo, gritando para quem quiser ouvir: "Sai da rua, velha, vai prá casa".
Minha amiga apenas chorou.

Ou então, se para evitar esse bullying, ou maiores constrangimentos você, mulher de 60 anos ou mais, alterar seu  look de estilo clássico e usar jeans surrado, camiseta, tênis e boné? Ou seja, se disfarçar de jovenzinha para ter paz na ida ao supermercado.
Outra amiga fez isso, e também chorou.
 
Vamos viver a pureza das crianças em futuro próximo?

 Pessoal, o que acontece? Me respondam, por favor!
Não vivem espalhando por ai para sermos mais solidários, para oferecer ajuda aos mais vulneráveis, para amar e não odiar? Agredir verbalmente, ou zombar daqueles que pertencem aos grupos de risco, é imperdoável, inaceitável. Causa repulsa a muitos. A mim.      E precisar de uma justificação para tomar vacina no posto de saúde, em tempos do novo coronavírus, por exemplo, sem bullying, é uma afronta à dignidade humana.

Agora quem chora sou eu.

Cuidem-se. Permaneçam em casa. E coloquem mais amor nas suas vidas. Abraço a todos.




Nenhum comentário:

Postar um comentário